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GESTÃO DE ELEIÇÃO: OBSERVAÇÕES DE UM JOÃO NINGUÉM

 Aprender a pensar: em nossas escolas se perdeu completamente a noção disso. Até  nas universidades, até  entre os sábios da filosofia, a lógica enquanto teoria, prática ofício,  começa  a desaparecer. (NIETZSCHE. Crepúsculo dos Ídolos)

Fonte
Fonte: Foto da Internet 

Um adágio  latino diz assim: tempora mutantor, nos  et mutamur inillis (" os tempos estão mudados, e nós estamos mudando dentro deles"). Mas o que um JOÃO NINGUÉM  quer dizer com isso? Simples e bem objetivo. Há  um processo evolutivo que requer que acompanhem os  esse mesmo processo para que possamos sempre evoluir. 

Mas como  a evolução  tem  relação  com o processo eleitoral? Resposta mais uma vez é  simples e objetiva! Tudo.

Ocorre que as pessoas ao adentraram em processos eleitorais, sejam eles quais forem, deixam falar o animal tosco e grotesco que lhe é  próprio  do existir. Esse eclodir do Huck resulta de processos irracionais que culminam em mais processos irracionais que geram equívocos caríssimos.

Um processo eleitoral não começa  na convenção, não se inicia na pré-campanha, mas é parte de um processo contínuo de vida dedicada à um propósito único, o bem comum. 

Tá aí uma das primeiras fontes da irracionalidade. Quase sempre esse bem comum é  visto como "farinha pouca, meu pirão primeiro".  E quando se fala em meu pirão primeiro, aí daquele que ameaçar tomar meu pirão. Então,  existe um processo contínuo se desgastes do eleito que se inicia antes da gestão.  Brigas de egos, em que assessores, apoiadores, e cabos eleitorais, todos se revestem da verdade, da sua verdade, e não admitem serem confrontados com observações externas.

Todos são sapiens sapiens que pensam que sabem...mas não sabem. Não sabem não porque sejam desprovidos das faculdades cognitivas, mas porque temporariamente se deixaram tomar pela emoção advinda da necessidade de sobrevivência, da necessidade  de se mostrar atuante e merecedor do posto almejando e detentor dos favores que garantirão  a farinha do pirão. 

É,  portanto, imperativo que a gestão de um processo eleitoral seja feita por uma pessoa extremamente racional e alheia a estas ninharias.  Isto porque alguém desprovido de desejos mesquinhos será capaz de observar detalhadamente as forças e fraquezas da campanha eleitoral e antepor-se  as ameaças e potencializar  as oportunidades. 

Alguém que está desprovida das paixões limitantes dos sentidos terá  suas percepções mais aguçada e será  capaz de ver lacunas e equívocos...

Num processo eleitoral,  impera dos envolvidos a capacidade de ouvir. Assim como faz-se necessário deixar alguns membros apoiadores com a função  de olhar distante. Olhar de quem está  a margem das campanhas e ouve e vê  o comportamento do eleitor. Estes, juntamente com o gestor analista, se respo sabilizarão por alimentar a campanha dando os tons necessários para se chegar ao coração do eleitor e lhe conquistar a razão.

Ocorre que é difícil para os grupos de apoiadores entenderem tal  necessidade. Muitas vezes, estes continuam a alimentar a perigosa sensação  do já  ganhou e essa sensação é mortal para qualquer campanha. Funções, processos, sistemas...ELEIÇÃO requer ccoordenar esforços.

Ganha ELEIÇÃO quem consegue falar a língua do eleitor, mas para isso, antes requer escuta-lo. É  impossível escutar o eleitor quando se coloca na posição de quem sabe tudo, de quem nunca erra, ou de quem é  imune as críticas pois toda crítica é  vista como ataque e não como alerta útil pra o melhorar...

Guerra de egos leva a Autossabotagem e Autossabotagem leva a derrotas...

É importante aprender a pensar. Aprender a ouvir. Aprender a delegar autoridade e saber coordenar equipes. Gestão eleitoral é caminho para eleição. 

Não evoluir é cruel. Deixar a animalidade predominar  é  cruel, é  dispir-se da capacidade racional que nos fez superar as mais diversas intempéries. Não estamos mais no colonialismo, vivemos na economia da informação, a economia do tempo real, e a infoeconomia exige conteúdo, postura, e agilidade. Real time.

Detalhe, que faz toda diferença, o eu deve dar lugar para o nós,  o meu passa a ser nosso, e o sonho do povo precisa ser projetado como realidade futura, com clareza  de informações de como esse sonho se tornará  real.

Na maioria das vezes,  quem está de fora, observando,  enxerga muito mais coisas que os submersos no processo. 

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