Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. (João 14, 6).
Foto: Pantokarto.org.br |
Numa tarde ensolarada, para o peregrino debaixo duma frondosa árvore e fatigado, olha para trás, enquanto descansa da longa caminhada.
Observando O CAMINHO percorrido, percebe que às margens mais distantes brotam algumas belas flores, algumas pedras preciosas brilham, algumas frutiferas produzem em abundância...mas entre as plantas, alguns espinhos apontam sangue em suas adagas, algumas pedras tem restos de pele dos pés do peregrino e algumas sementes não germinadas, são as incompreensões, os preconceitos, e muitos erros de percurso do peregrino.
Sim, todas as vezes que se afastara do Caminho, as sementes não germinaram, a relva era espinhosa e o terreno é pedregoso. Chegar até aqui foi fatigante.
Talvez seja hora de repousar...Muitas são as feridas, nos pés, no corpo, na Alma. Sua carne verte sangue, seu olhar arde do suor e embaça pelas lágrimas.
Sabe o Peregrino, das flores que semeou não sentirá o perfume, das pedras preciosas que lapidou com seu sangue, não cobrará seu valor, dos frutos que plantou não saboreara do néctar. Sabe o Peregrino que quem planta tâmaras não colhe tâmaras, quem lapida jóias não usa jóias, quem semeia flores não as tem a enfeitar o lar. Outros as tem, outros as usam, outros as saboreiam...
Mas isso não incomoda ao Peregrino, afinal, ao Peregrino cabe peregrinar, levando o fio de sua vida, trançando a trama da sua história, deixando suas pegadas sobre as pegadas Daquele que primeiro veio e de novo há de vir.
Espera o Peregrino, que na volta Do que há de vir, estando o Peregrino em seu caminhar pelo Caminho, lhe facilite o encontrar... É nos caminhos que ocorrem os encontros e tudo que o Peregrino busca é Encontrar Aquele que motiva seu caminhar. ..
Alí, na volta da vida, lá será o reencontro do peregrino com as flores, as joias e os frutos, que nos braços de Jesus, ele as contemplará. Será então, momento de perceber que nos desvios do Caminho, o sangue que os espinhos lhe tiraram regararam as semente das flores do Perdão. As lágrimas pela dor dos ferimentos dos pés causados pelo terreno pedregoso lapidaram as joias da misericórdia, e o suor derramados pela longa jornada regou os frutos do Amor. Sua oferta generosa ao Caminho, à Verdade e à Vida.
E então perceberá que encontros foram feitos. Com os necessitados, com os marginalizados, com os esquecidos, os não vistos, os ignorados, os famintos, os desnudos, os sedentos, os enfermos, os presos...
Para uns, os revestiu de pétalas, a outros, os alimentou e saciou com os frutos. Aos pobreza os enriqueceu com as jóias...aos ignorados, deu-lhes visibilidade, voz e vez, aos enfermos, levou palavras que curam, aos presos, ofertou a liberdade de pensamentos...a todos, cuidou com Amor, Perdão e Misericórdia. É chegado momento de repousar...
Para uns, os revestiu de pétalas, a outros, os alimentou e saciou com os frutos. Aos pobreza os enriqueceu com as jóias...aos ignorados, deu-lhes visibilidade, voz e vez, aos enfermos, levou palavras que curam, aos presos, ofertou a liberdade de pensamentos...a todos, cuidou com Amor, Perdão e Misericórdia. É chegado momento de repousar...
Momento em que ouvirá do Grandioso Mestre a importância da gratidão, porque mesmo nos erros que resultaram em suor, lágrimas e sangue, acerta-se ao aprender que ninguém é para si mesmo, que ninguém erra querendo, que ninguém aprende sem experienciar os erros. E o mais importante para um peregrino, nenhum CAMINHO existe sem o caminhar e a beleza da paisagem é reflexo da beleza da alma que os olhos estão a projetar.
Por João Ninguém.
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