"O mais importante movimento que se faz é para dentro de si. O maior conhecimento que se pode ter é o conhecimento de si mesmo" (João Ninguém)
(imagem retirada da internet:Ideia interior do último ciclo do fresco do julgamento na abóbada da catedral de Santa Maria)
“E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?” (Lucas 12:57) Importante conselho nos é dado por Cristo. O mais importante julgamento precisa ser feito por nós mesmos. Nele compreendemos quão somos ínfimos diante da grandeza de Deus. E a caminho do julgamento, importa que façamos a reconciliação com nossa consciência. Ela que nos mostrará a distância da verdade até nós. O caminho da redenção não é difícil, no entanto, torna-se intransponível aos que se revestem de suas verdades, pois a redenção é conquistada mediante a adesão ao projeto salvífico de Jesus “em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados.” (Colossenses 1:14). Pelo Sangue de Jesus, somos levados a meditar sobre nossa realidade débil. A meditação das nossas ações nos dá a possibilidade de percebermos aquilo que somos e o que devíamos ser, neste percurso conhece-se a verdade, então, “ conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João 8:32).
Seguir o exemplo do Apóstolo Paulo quando diz não gloriar-se de si mesmos, mas perceber nas provações a necessidade de reconhecer o senhorio de Deus, e em Deus perceber a perseguição do mundo na tentativa de afastar-nos de Cristo:
“E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim.E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.”(2 Coríntios 12:7-10).
O julgamento de seus próprios atos, comparando-os à luz da Gloriosa Redenção oferecida a todos por Jesus Cristo, é o início de um caminho longo, mas agradável de se fazer. E “Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio”. (1 Coríntios 3:18). Pois a sabedoria deste mundo nada é senão Cristo. o Sábio dos sábios. No entanto, para perceber o prazer do caminho no seguimento de Cristo, impera entender que nada somos. Como diz as escrituras “melhor é o que se estima em pouco, e tem servos, do que o que se vangloria e tem falta de pão”. (Provérbios 12:9)
O percurso pelo qual se retorna a Deus é longo e requer sacrifícios muitas vezes intragável aos arrogantes. Estes se revestem da verdade manca, acham que estão acima de qualquer suspeita, e vêem somente os erros e tropeços alheios. “É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas.” (1 Timóteo 6:4). Alienam-se de si e não se permitem olhar interiormente, para enxergar a necessidade de limpeza interna.Querem salvar o mundo, tarefa desafiadora para quem se reveste da mundanidade, e dela não abrem mão, ao passo que não conseguem salvar-se a si mesmos. Somente Cristo Salva. “Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” (Tiago 4:12). Homem algum é capaz por-si só, a salvação é nos dada mediante a Fé em Jesus Cristo e na prática de Seus mandamentos de Amor. É impossível para quem não consegue compreender sua real origem e se fia na materialidade. Impossível pros que jamais conseguem abrir-se para ver no outro as qualidades ao invés dos defeitos.
Vejamos o que segue:
É consenso (por analogia circunstanciais), que os próximos são inferiores e no máximo iguais aos entes que julgam. Enquanto os os forasteiros, ainda que bradantes de baboseiras, são enaltecidos. Resultado, aniquilação da evolução e do desenvolvimento , frutos do egoísmo e da inveja. Falta de visão de mundo que não deixa perceber a positividade de reconhecer no outro suas potencialidades e suas qualidades em ato. ora ora, se ando com os bons, é porque estou entre eles.
Elogiar e reconhecer as qualidades dos próximos é antes de tudo, sabedoria e calçada para o desenvolvimento de si mesmo.
Ora, atirar pedras na árvore para retirar-lhes os frutos não te torna melhor que ela, mas mostra tua dependência desta. De igual forma, tornar o outro menor, a partir de tua percepção, não o faz menor que ti factualmente, mas mostra a superioridade daquele que te provoca tamanhas atrações, a ponto de tomar-te significativa parcela de tempo e vida para buscar nele os pontos depreciáveis. Diante do exemplo, percebe-se então, a superioridade do ente julgado em relação ao ente que julga.
O único que Julga com todos os atributos necessários ao julgamento perfeito, e o faz sem demérito de si, é Jesus Cristo. Quanto mais que seu julgamento não é por apontamento de mazelas, mas por misericórdia, compreendendo a dificuldade da condição humana, estende a cada um dos que confiam no seu amor, a redenção. E mais, quem julga a si mesmo é o pecador que, comparando suas ações imperfeitas frente a perfeição de Jesus, sente-se tamanhamente constrangido, culpado de não ter lutado pelo progredir no caminho da perfeição, condena-se a si-mesmo.
Outra vez se vê a imperfeição do julgamento do julgador, que não confiando, negando, não acreditando na misericórdia divina, anula-se. Ao pôr-se em julgamento, o ente compara seus atributos aos do julgado, e busca nele os deméritos necessários para subjugá-lo.
O que ocorre no julgamento final é justamente isso, o julgador, busca comparar-se, na imperfeição de si, frente a perfeição de Jesus, não consegue achar nele mácula alguma, ao tempo que não consegue achar em si, mérito algum que supere a pureza EM JESUS.
E na sua arrogância, e na sua incapacidade de humilhar-se, por não ter exercido no percurso da vida terrena a capacidade de se felicitar-se com a graça e grandeza do próximo, não consegue se ver menor que Jesus, e por isso, se condena, e se perde ao afastar-se da misericórdia. Dessa percepção, a imperiosa necessidade de se colocar em humilde ato de humilhar-se frente aos demais. Não como ato interesseiro, como no pensamento capitalista da troca pelo lucro. Mas como exercício espiritual da mortificação de si, anulação de si frente às qualidades a serem percebidas nos outros, como outros Cristos. E daí, aprender a se colocar em humilde postura de necessitado da misericórdia e do amor. Ato de desprendimento.
O Desprender-se-de-si é essencialmente o desenvolvimento da capacidade de minorar aquilo que não é essência, para dar espaço para que caiba essência em si, a perfeita e divina essência da vida. Então, no ato de abrir mão de si, há espaço aberto para que cresça em si a ação divina, ação transformadora que faz do perecível imperecível, do mortal imortal, do material imaterial, do limitado cronologicamente em atemporal, por adesão ao eterno tempo divino. Isto porque tornar-se nada dá espaço para preencher-se de Deus. Veja que não há possibilidade de existência do ente se não for em Deus. É condição para existir em Deus, a nadificação de si, pois o Todo não pode existir no todo, mas o nada existindo, só pode ser no todo.
Em outras palavras, e para fugir da máscara de herege, explico: se alguém tá cheio de si, não abre espaço para Deus em sua vida. Enquanto que o nada, na sua nadificação ôntica, aceita o Todo de Deus em si. Permite então, a transformação proveniente da Graça divina que transmuta o nada em parte integrante e contida no Todo.
O que é perfeitamente compreensível pois, se somos criatura divina, somos proveniente de Deus, e se negamos isso, negamos também que Deus é autor de todas as coisas. E se somos provenientes de Deus, somos perfeitamente retornáveis a Ele. É necessário, contudo, que compreendamos a impossibilidade de retorno a Deus se antes não compreendermos aquilo que se é . Essência procedente de Deus. E existente somente pela vontade divina.
É consenso (por analogia circunstanciais), que os próximos são inferiores e no máximo iguais aos entes que julgam. Enquanto os os forasteiros, ainda que bradantes de baboseiras, são enaltecidos. Resultado, aniquilação da evolução e do desenvolvimento , frutos do egoísmo e da inveja. Falta de visão de mundo que não deixa perceber a positividade de reconhecer no outro suas potencialidades e suas qualidades em ato. ora ora, se ando com os bons, é porque estou entre eles.
Elogiar e reconhecer as qualidades dos próximos é antes de tudo, sabedoria e calçada para o desenvolvimento de si mesmo.
Ora, atirar pedras na árvore para retirar-lhes os frutos não te torna melhor que ela, mas mostra tua dependência desta. De igual forma, tornar o outro menor, a partir de tua percepção, não o faz menor que ti factualmente, mas mostra a superioridade daquele que te provoca tamanhas atrações, a ponto de tomar-te significativa parcela de tempo e vida para buscar nele os pontos depreciáveis. Diante do exemplo, percebe-se então, a superioridade do ente julgado em relação ao ente que julga.
O único que Julga com todos os atributos necessários ao julgamento perfeito, e o faz sem demérito de si, é Jesus Cristo. Quanto mais que seu julgamento não é por apontamento de mazelas, mas por misericórdia, compreendendo a dificuldade da condição humana, estende a cada um dos que confiam no seu amor, a redenção. E mais, quem julga a si mesmo é o pecador que, comparando suas ações imperfeitas frente a perfeição de Jesus, sente-se tamanhamente constrangido, culpado de não ter lutado pelo progredir no caminho da perfeição, condena-se a si-mesmo.
Outra vez se vê a imperfeição do julgamento do julgador, que não confiando, negando, não acreditando na misericórdia divina, anula-se. Ao pôr-se em julgamento, o ente compara seus atributos aos do julgado, e busca nele os deméritos necessários para subjugá-lo.
O que ocorre no julgamento final é justamente isso, o julgador, busca comparar-se, na imperfeição de si, frente a perfeição de Jesus, não consegue achar nele mácula alguma, ao tempo que não consegue achar em si, mérito algum que supere a pureza EM JESUS.
E na sua arrogância, e na sua incapacidade de humilhar-se, por não ter exercido no percurso da vida terrena a capacidade de se felicitar-se com a graça e grandeza do próximo, não consegue se ver menor que Jesus, e por isso, se condena, e se perde ao afastar-se da misericórdia. Dessa percepção, a imperiosa necessidade de se colocar em humilde ato de humilhar-se frente aos demais. Não como ato interesseiro, como no pensamento capitalista da troca pelo lucro. Mas como exercício espiritual da mortificação de si, anulação de si frente às qualidades a serem percebidas nos outros, como outros Cristos. E daí, aprender a se colocar em humilde postura de necessitado da misericórdia e do amor. Ato de desprendimento.
O Desprender-se-de-si é essencialmente o desenvolvimento da capacidade de minorar aquilo que não é essência, para dar espaço para que caiba essência em si, a perfeita e divina essência da vida. Então, no ato de abrir mão de si, há espaço aberto para que cresça em si a ação divina, ação transformadora que faz do perecível imperecível, do mortal imortal, do material imaterial, do limitado cronologicamente em atemporal, por adesão ao eterno tempo divino. Isto porque tornar-se nada dá espaço para preencher-se de Deus. Veja que não há possibilidade de existência do ente se não for em Deus. É condição para existir em Deus, a nadificação de si, pois o Todo não pode existir no todo, mas o nada existindo, só pode ser no todo.
Em outras palavras, e para fugir da máscara de herege, explico: se alguém tá cheio de si, não abre espaço para Deus em sua vida. Enquanto que o nada, na sua nadificação ôntica, aceita o Todo de Deus em si. Permite então, a transformação proveniente da Graça divina que transmuta o nada em parte integrante e contida no Todo.
O que é perfeitamente compreensível pois, se somos criatura divina, somos proveniente de Deus, e se negamos isso, negamos também que Deus é autor de todas as coisas. E se somos provenientes de Deus, somos perfeitamente retornáveis a Ele. É necessário, contudo, que compreendamos a impossibilidade de retorno a Deus se antes não compreendermos aquilo que se é . Essência procedente de Deus. E existente somente pela vontade divina.
A SALVAÇÃO não é impositivo, é propositiva. É livre adesão ao projeto de Deus. Por isso deve ser escolha sincera e verdadeira, que passa pelo amor incondicional, pelo esvaziamento de si e pela aceitação do outro como é. Em suma, é a simplicidade com a qual se vive o ser da humanidade. SER QUE SE MARAVILHA AO SE PERCEBER CRIATURA NECESSITADA DO CRIADOR.
Jorge M. G. Bento.
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