Foi o economista francês Jean-Baptiste Say (1767-1832) quem primeiro concebeu o empreendedor como alguém que inova e é agente de mudanças. O conceito ganha outras projeções com Joseph Alois Schumpeter (1883-1950). Esse economista, um dos mais importantes do século XX, associou definitivamente o termo empreendedor ao conceito de inovação. O empreendedor é, para Schumpeter (apud DORNELAS, 2001, p.37), o agente do processo de destruição criativa, o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, criando novos mercados, inovando em métodos de produção e implacavelmente sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros. A palavra empreendedor é derivada do francês entrepreneur, sua tradução literal é “aquele que está entre, intermediário”. (HISRICH, PETERS, 2004, p.26) A história exemplifica como empreendedor “intermediário” o grande imperador Marco Pólo, este firmava contrato de vendas com grandes negociantes ao objetivar o comércio de suas mercadorias. Residia nesta negociação os riscos inerentes das escolhas ou da atividade desenvolvida. Na idade média, o termo empreendedor descrevia os participantes de grandes projetos e ou seus administradores. Este indivíduo não corria riscos, somente administrava os projetos aos quais era designado como responsável. Temos como exemplo de empreendedores deste período o clérigo e os encarregados das obras arquitetônicas como as abadias e castelos. Ressurge no século XVII a associação entre o empreender e os riscos. Ao fornecer serviços e produtos à população, o empreendedor mantinha acordos com o governo. O risco desta negociação era proveniente ao tipo do contrato estabelecido, que sempre apresentavam valores fixos e os contratados assumiam os prejuízos caso o negócio não resultasse no que havia sido estipulado. Jhon Law, um economista escocês que fundou o sistema bancário atual, é citado como empreendedor deste período. Em 1700, nasce uma das primeiras teorias, o autor Richard Cantillon, é considerado o pai do termo. Dizia ele, que os fazendeiros, comerciantes e artesões, ao comprarem a um preço certo e vender a preços incertos, assumiam um risco determinante para sua prosperidade. No século XIII, o empreendedor era aquele que levantava financiamento para investir em seus projetos pessoais. Ocupados em seus negócios, não conseguiam produzir capital para se financiar, neste contexto, ele se torna o usuário de capital de terceiros. Na segunda metade do século XIX, o conceito de empreendedor se assemelha ao de gerente. É visto como aquele que, com sua engenhosidade em planejamento, por sua própria iniciativa e habilidade, emprega e paga preços, adquire materiais e serviços de pessoas contratadas, organiza e gere empresas em benefício próprio. Já a definição de inovador ou aquele que traz as novidades, surge no século XX. Ser empreendedor requer uma grandiosa capacidade de desenvolver, definir, facilitar a produção e articular sua disponibilidade ao consumidor em um ambiente cheio de vícios e preferências. Ao utilizar os termos citados por teóricos, há um consenso em que o empreendedor sempre toma iniciativa, utiliza de recursos ou situações, transforma ou reestrutura produtos e ou serviços em benefício próprio. O empreendedor é um criador de idéias que rapidamente às transforma em ações utilizando para isso imaginação, determinação, habilidade para organizar e liderar pessoas e conhecer as etapas do processo. Kirzner (apud DORNELAS, 2001, p.37) cita o empreendedor como o ente que traz o equilíbrio identificando oportunidade na ordem presente, busca uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência. As habilidades encontradas no comportamento empreendedor se baseiam nas áreas gerenciais, pessoais e técnicas. As habilidades gerenciais podem ser adquiridas no processo de formação acadêmica, estas consistem no desenvolvimento do marketing, finanças, produção e na tomada de decisão. Já as características pessoais se referem à disciplina, assumir riscos, inovação e persistência. Por fim, as habilidades técnicas envolvem saber liderar, escrever bem, saber ouvir, absorver informações, trabalhar em equipe e possuir know-how. O know-how, conhecimento específico sobre métodos e técnicas de gestão, é uma ferramenta importante que deve ser somada às habilidades inatas ou adquiridas pelo profissional que deseja empreender. Saber aproveitar as oportunidades emergentes através da aglutinação do capital, tecnologia e talento é determinante para o sucesso do novo empreendimento. A atividade empreendedora requer pulso e criatividade ao adicionar aos requisitos anteriores a coragem de desenvolver algo novo e a aceitação no mercado. A característica inovadora cria um novo nicho de mercadológico, esta será o diferencial que despertará o desejo de demanda no consumidor. Se os produtos ou serviços oferecidos tiverem qualidade, irão destacar e consolidar o empreendimento no mercado. Degen (1989, p.4), afirma que “o desenvolvimento de novos empreendimentos é fundamental, não só para aqueles que decidem viver diretamente de seu trabalho como empreendedores, mas também para os executivos que atuam em empresas já consolidadas”. Além de saber desenvolver suas idéias, o empreendedor deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores e convencê-los do sucesso de seu futuro empreendimento. É alguém que acredita em seus propósitos e através do trabalho transforma desejos em realizações.
O processo de iniciar o novo empreendimento está incorporado ao processo de empreender, que envolve mais do que a simples resolução de um problema em uma posição administrativa típica. Um empreendedor deve encontrar, avaliar e desenvolver uma oportunidade superando as forças que resistem à criação de algo novo. O processo tem quatro fases distintas: identificação e avaliação da oportunidade, desenvolvimento do plano de negócio, determinação dos recursos necessários e administração da empresa resultante. (HISRICH, PETERS, 2002, p.53)
Para que o processo seja efetuado, o empreendedor precisa ter sua idéia colocada em prática, para isso deve observar aspectos concernentes à estrutura idealizada que enquadra a empresa, sejam estes internos ou externos. Este processo é longo, passa por várias fases até consolidar o empreendimento, que embora pareça ser a última medida na estruturação de uma empresa, é um nível que precisa ser avaliado constantemente, com a necessidade periódica de feedbacks por se tratar da relação com os clientes.
O perfil do empreendedor é amplamente estudado pela Psicologia. Muitos teóricos identificam traços da personalidade para definir se uma pessoa é ou não empreendedora. Para tanto, estes defendem que algumas características encontradas nestes indivíduos vão ser determinadas pelas relações com as pessoas e com o ambiente vivido.
Embora muitos aspectos do histórico de um empreendedor tenham sido explorados, somente alguns o diferenciam da população geral de gerentes. As áreas exploradas incluem o ambiente familiar na infância, a educação, os valores pessoais, a idade e histórico profissional. (HISRICH, PETERS, 2001, p.78).
Esse pensamento aponta que os fatores para o surgimento de empreendedores são concernentes a experiências vividas, sejam estas familiares ou profissionais. O ser humano carrega sobre si a carga de suas recordações. O fenômeno do empreendedorismo é o reflexo de períodos e de lugares em que vivem. Dolabela (1999 b., p.28-29), se contrapõe a esta idéia, mas confirma a influência exercida pelo meio:
É possível aprender a ser empreendedor. Ou seja, as características ideais de um empreendedor podem ser desenvolvidas. O empreendedorismo é algo inato ao ser humano. Ao contrário de ser um privilégio de alguns que “nasceram” empreendedores, o empreendedorismo é latente ao gênio humano. Porém, torna-se pouco desenvolvido em ambientes desfavoráveis, em uma sociedade que prima pelo emprego estável, pela racionalidade, pela separação entre trabalho e sonho. Além disso, uma pessoa pode ser empreendedora em uma situação e em outra, não.
Apesar da compreensão da personalidade humana ser estruturada em variáveis que não são do âmbito da administração, esta tem o interesse de adquirir o conhecimento a respeito dos fatores que influenciam o desenvolvimento deste tipo de característica benéfica à sociedade. A questão abordada a respeito de o empreendedorismo ser ou não natural, é um assunto pertinente tanto para a psicologia quanto para a administração, pois estas áreas de conhecimento têm células que se aprofundam em ações desencadeadas pelos aspectos do comportamento humano, que para a psicologia estruturam a personalidade do ser e para a administração o modo como um empreendedor se comporta. A administração está voltada para aspectos quantitativos e não concorda com dados isolados. Sem uma abordagem mais ampla, de forma a comprovar cientificamente a veracidade dos resultados, toda a pesquisa é refutada. Embora a administração seja um campo que engloba a atitude empreendedora, não se deixa influenciar dentro da esfera da gestão, ao permitir que a falta de comprovação científica seja apresentada nas análises dos aspectos empreendedores. A maioria dos planos de negócio apresentados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, são reprovados, pois não possuem uma estrutura adequada. O processo de fornecimento de recursos que são disponibilizados pelo governo para a criação de novas empresas e um conseqüente fomento da economia é interrompido. Este retrato demonstra uma falta de qualificação por parte das pessoas que desenvolvem os projetos, ocasionando o retorno para o caixa público dos recursos disponibilizados. Questiona-se o fato de Vitória da Conquista, em situação aparentemente favorável ao desenvolvimento de novos negócios, não impulsionar o ímpeto criativo dos egressos de cursos de Administração.
[...] se tudo for igual, quanto mais empreendedores uma sociedade tiver e quanto maior for o valor dado, nessa sociedade, aos modelos empresariais existentes maior será o numero de jovens que optarão por imitar esses modelos, escolhendo o empreendedorismo como uma opção de carreira. (FILION, 1999, p.9)
As instituições de ensino superior devem estimular a criatividade empresarial para que antes da conclusão do curso, o graduando já tenha tomado como objetivo a criação de uma organização. Este processo pode desencadear uma quebra do paradigma cultural existente que promove a estagnação desse tipo de iniciativa. Para Dolabela (1999, p.38), empreendedorismo é um fenômeno regional na medida em que a cultura, as necessidades e os hábitos de uma região determinam o comportamento.
[...] Isto é muito importante porque significa que a comunidade, através da atividade empreendedora, pode ter a iniciativa de lidar e coordenar o esforço no sentido de seu próprio crescimento econômico [...] acredita-se com isso ser possível alterar a curva de estagnação econômica e social através de indução de atividades inovadoras, e capazes de gerar valores econômicos e sociais.
Para muitos, ser empreendedor é adquirir uma característica de um individuo que não teme dar inicio a algo novo, embora as pessoas que são reconhecidas como tal não realizem suas ações sem efetuar a equiparação entre as oportunidades e ameaças. O empreendedor é aquele que cria novos negócios ou inova dentro de uma rotina de uma organização já existente, é capaz de detectar oportunidades e assumir riscos de forma calculada. Mesmo sendo um termo amplamente utilizado e muito discutido, não há na literatura uma definição que abranja todos os tipos de empreendedorismo.
O processo de iniciar o novo empreendimento está incorporado ao processo de empreender, que envolve mais do que a simples resolução de um problema em uma posição administrativa típica. Um empreendedor deve encontrar, avaliar e desenvolver uma oportunidade superando as forças que resistem à criação de algo novo. O processo tem quatro fases distintas: identificação e avaliação da oportunidade, desenvolvimento do plano de negócio, determinação dos recursos necessários e administração da empresa resultante. (HISRICH, PETERS, 2002, p.53)
Para que o processo seja efetuado, o empreendedor precisa ter sua idéia colocada em prática, para isso deve observar aspectos concernentes à estrutura idealizada que enquadra a empresa, sejam estes internos ou externos. Este processo é longo, passa por várias fases até consolidar o empreendimento, que embora pareça ser a última medida na estruturação de uma empresa, é um nível que precisa ser avaliado constantemente, com a necessidade periódica de feedbacks por se tratar da relação com os clientes.
O perfil do empreendedor é amplamente estudado pela Psicologia. Muitos teóricos identificam traços da personalidade para definir se uma pessoa é ou não empreendedora. Para tanto, estes defendem que algumas características encontradas nestes indivíduos vão ser determinadas pelas relações com as pessoas e com o ambiente vivido.
Embora muitos aspectos do histórico de um empreendedor tenham sido explorados, somente alguns o diferenciam da população geral de gerentes. As áreas exploradas incluem o ambiente familiar na infância, a educação, os valores pessoais, a idade e histórico profissional. (HISRICH, PETERS, 2001, p.78).
Esse pensamento aponta que os fatores para o surgimento de empreendedores são concernentes a experiências vividas, sejam estas familiares ou profissionais. O ser humano carrega sobre si a carga de suas recordações. O fenômeno do empreendedorismo é o reflexo de períodos e de lugares em que vivem. Dolabela (1999 b., p.28-29), se contrapõe a esta idéia, mas confirma a influência exercida pelo meio:
É possível aprender a ser empreendedor. Ou seja, as características ideais de um empreendedor podem ser desenvolvidas. O empreendedorismo é algo inato ao ser humano. Ao contrário de ser um privilégio de alguns que “nasceram” empreendedores, o empreendedorismo é latente ao gênio humano. Porém, torna-se pouco desenvolvido em ambientes desfavoráveis, em uma sociedade que prima pelo emprego estável, pela racionalidade, pela separação entre trabalho e sonho. Além disso, uma pessoa pode ser empreendedora em uma situação e em outra, não.
Apesar da compreensão da personalidade humana ser estruturada em variáveis que não são do âmbito da administração, esta tem o interesse de adquirir o conhecimento a respeito dos fatores que influenciam o desenvolvimento deste tipo de característica benéfica à sociedade. A questão abordada a respeito de o empreendedorismo ser ou não natural, é um assunto pertinente tanto para a psicologia quanto para a administração, pois estas áreas de conhecimento têm células que se aprofundam em ações desencadeadas pelos aspectos do comportamento humano, que para a psicologia estruturam a personalidade do ser e para a administração o modo como um empreendedor se comporta. A administração está voltada para aspectos quantitativos e não concorda com dados isolados. Sem uma abordagem mais ampla, de forma a comprovar cientificamente a veracidade dos resultados, toda a pesquisa é refutada. Embora a administração seja um campo que engloba a atitude empreendedora, não se deixa influenciar dentro da esfera da gestão, ao permitir que a falta de comprovação científica seja apresentada nas análises dos aspectos empreendedores. A maioria dos planos de negócio apresentados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, são reprovados, pois não possuem uma estrutura adequada. O processo de fornecimento de recursos que são disponibilizados pelo governo para a criação de novas empresas e um conseqüente fomento da economia é interrompido. Este retrato demonstra uma falta de qualificação por parte das pessoas que desenvolvem os projetos, ocasionando o retorno para o caixa público dos recursos disponibilizados. Questiona-se o fato de Vitória da Conquista, em situação aparentemente favorável ao desenvolvimento de novos negócios, não impulsionar o ímpeto criativo dos egressos de cursos de Administração.
[...] se tudo for igual, quanto mais empreendedores uma sociedade tiver e quanto maior for o valor dado, nessa sociedade, aos modelos empresariais existentes maior será o numero de jovens que optarão por imitar esses modelos, escolhendo o empreendedorismo como uma opção de carreira. (FILION, 1999, p.9)
As instituições de ensino superior devem estimular a criatividade empresarial para que antes da conclusão do curso, o graduando já tenha tomado como objetivo a criação de uma organização. Este processo pode desencadear uma quebra do paradigma cultural existente que promove a estagnação desse tipo de iniciativa. Para Dolabela (1999, p.38), empreendedorismo é um fenômeno regional na medida em que a cultura, as necessidades e os hábitos de uma região determinam o comportamento.
[...] Isto é muito importante porque significa que a comunidade, através da atividade empreendedora, pode ter a iniciativa de lidar e coordenar o esforço no sentido de seu próprio crescimento econômico [...] acredita-se com isso ser possível alterar a curva de estagnação econômica e social através de indução de atividades inovadoras, e capazes de gerar valores econômicos e sociais.
Para muitos, ser empreendedor é adquirir uma característica de um individuo que não teme dar inicio a algo novo, embora as pessoas que são reconhecidas como tal não realizem suas ações sem efetuar a equiparação entre as oportunidades e ameaças. O empreendedor é aquele que cria novos negócios ou inova dentro de uma rotina de uma organização já existente, é capaz de detectar oportunidades e assumir riscos de forma calculada. Mesmo sendo um termo amplamente utilizado e muito discutido, não há na literatura uma definição que abranja todos os tipos de empreendedorismo.
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